Meditação
“Verão com efeito, na paróquia a própria Igreja, e na sua própria dedicação uma realização concreta do primeiro dos fins da Ordem SERVIR A FÉ.” (XX, 1)
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Salve Maria!
Há algo de muito característico na Milícia de Santa Maria: há apenas um carisma, mas este não fica sujeito a uma única linha de ação no mundo. Os vicentinos, por exemplo, fazem um fantástico trabalho para com os pobres, mas se resumem a isso, esse é o carisma deles. Se o primeiro fim da Ordem é servir a fé, esta é servida no local e momento em que isso se faz necessário. Há cem anos estaríamos falando sobre valorização da família? Ideologia de gênero? Contra o aborto?
Se voltarmos nossos olhos para a História, o mesmo aconteceu com os próprios cavaleiros cruzados. A primeira Cruzada tinha um objetivo, que não era o mesmo que a terceira. A luta acontecia onde era necessária (o que, entre outras coisas, explica o fracasso do movimento cruzado a partir da quarta Cruzada quando aparecem os interesses financeiros nas expedições).
Vejamos o exemplo que vivemos. Dois exemplos, na verdade. A Ordem possui um caráter de valorização da vida familiar, para tal, criou, em Portugal, o Instituto Famílias que, por sua vez, possui sua vertente internacional no Instituto Internacional Familiaris Consortio. Ao chegar no Brasil, o Instituto passou a ter sua maior expressão na benção das grávidas que, por sua vez, ocorre duas vezes por ano na cidade de Alpinópolis. É uma luta de forma positiva pela família e, claro, pela valorização da vida.
Do outro lado, podemos pensar na própria realidade da Ordem. Com uma constante busca por parte de pessoas que, algumas vezes ainda que em boa vontade, não nos entendem, foi necessária a adaptação do processo vocacional. Na última recepção, um único padrinho teve vinte afilhados e, claro, vários saíram mesmo depois de recebidos. É humanamente impossível ter proximidade vocacional com vinte pessoas. Criou-se o SAV, serviço de animação vocacional e, apenas na passagem do aspirantado ao postulantado, o filtro já deixou muitas pessoas para trás. Podem ser gente boníssima, mas que não possuem a vocação à cavalaria.
Como todo ambiente humano, há problemas. Isso é lógico. Mas, esperar servir na paróquia perfeita é como querer ser mártir sem lutar contra seus vícios diários. Querer não querendo. E da mesma forma que São Bento reprova os monges girovagos, assim também acaba sendo mal visto o andarilho sem paróquia. Não se fixa porque não quer servir e se queremos servir a fé, não a queremos servir na prática paroquial? Talvez seja lá que nosso apostolado vá acontecer e frutificar, mas, ao mesmo tempo, por experiência, busquemos paróquias que procurem nos apoiar também, mas, se isso não for possível, nos coloquemos à disposição.
Meus irmãos, se possuímos uma meta, façamos o caminho até lá. Deus não nos desampara e não deixará sem recompensa um trabalho que, se verdadeiramente realizado, é para “alargar cá embaixo a fronteira do reino dos céus”. Estarmos próximos dos nossos párocos, especialmente se este for nosso capelão! é uma obrigação. Algumas vezes, nosso martírio será o da vontade: faço o que me pedem, não exatamente o que quero, me submeto para um bem maior. Mas, nos voltemos à busca daquilo que é maior: recebermos a chancela de nossa existência pela Igreja do Brasil e nos unamos para tal. O serviço de todos, onde estivermos, é o serviço da Ordem a qual fazemos parte. E estamos para servir, por Maria Santíssima, a Nosso Senhor. Estamos para servir a fé onde houver necessidade e, de forma especial, esta parece ser nas paróquias.
E será lá, pelas mãos de Maria Santíssima, que as portas se abrirão para atingirmos nossa metas!
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Salve Maria.
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Michel Pagiossi Silva
Cavaleiro de Santa Maria
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1 Comment
Magnifico e muito oportuno. Parabéns por mais um excelente trabalho. Salve Maria! Carlos Aguiar gomes